Monday, April 29, 2024
NotíciaA poluição interfere na queda de cabelo?

A poluição interfere na queda de cabelo?

A poluição atmosférica é uma preocupação global crescente devido aos impactos no meio ambiente e na saúde. As substâncias tóxicas, como dióxido de enxofre, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, vapores dos compostos orgânicos voláteis, hidrocarbonetos, entre outros, lançadas trazem diversas consequências ao ser humano e uma delas é a queda capilar. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 92% da população global viva em áreas onde os níveis de qualidade do ar ultrapassam os limites seguros estabelecidos em diretrizes ambientais para a preservação da saúde.

Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), por exemplo, se acumulam no organismo ao longo do tempo e desencadeam respostas inflamatórias no corpo. Esse poluente é liberado por fontes industriais e veículos automotores, e está presente no ar, água, solo e alimentos. OS HAPs são associados a diversos tipos de câncer e a distúrbios no ciclo de crescimento do cabelo. As partículas bloqueiam mecanismos de produção de queratina, beta-catenina e outras proteínas que auxiliam no crescimento de novos fios.

Fatores que interferem na queda capilar

O estresse oxidativo aparece quando há um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do organismo de neutralizá-los por meio de antioxidantes. 

Os radicais livres são formados naturalmente no corpo como parte de processos metabólicos normais, mas podem ser gerados por fatores externos, como exposição à radiação ultravioleta, poluição atmosférica, tabagismo e certos produtos químicos. São moléculas que possuem elétrons altamente instáveis e reativos. Dessa forma, ao retirar ou acrescentar elétrons em uma molécula as suas características são modificadas e o impacto na funcionalidade das estruturas celulares pode levar à morte destas e ao aparecimento de enfermidades. 

Muitas doenças dermatológicas, incluindo psoríase, vitiligo, dermatite atópica, acne, dermatite e alopecia estão relacionadas ao estresse oxidativo. Além disso, o ciclo de crescimento capilar se altera, o fio começa a ficar menos denso, e, consequentemente, os cabelos se tornam mais frágeis e propensos a quebra. Antioxidantes presentes no corpo ajudam a neutralizar esses radicais livres, mas a exposição contínua a altos níveis de poluição sobrecarrega os mecanismos de defesa naturais. 

E, ainda, a presença de poluentes na corrente sanguínea desencadeia reações inflamatórias. Com isso, diminui-se o transporte de oxigênio e o fornecimento de nutrientes essenciais aos folículos capilares. 

Mas não só isso: a exposição a poluentes ambientais também provoca desequilíbrios no sistema endócrino e atrapalham a sequência natural dos mecanismos de autorregulação. Os hormônios relacionados ao crescimento capilar, como a testosterona e os hormônios tireoidianos, são afetados.

A testosterona e a di-hidrotestosterona (DHT) são encontrados nos corpos de homens e mulheres e desempenham um papel fundamental durante a puberdade, pois ajudam a desenvolver as características físicas. Entretanto, são responsáveis pela queda do cabelo, uma vez que reduzem a velocidade de multiplicação das células do couro cabeludo. As características da alopecia androgenética começam a aparecer: cabelo mais fino e seu crescimento mais demorado.  

Já os hormônios tireoidianos são responsáveis pela produção principalmente a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), que desempenham um papel essencial na regulação do metabolismo e no funcionamento normal de diversas células do corpo, incluindo as dos folículos capilares. Mas, quando estão desequilíbrados, trazem problemas ao organismo. O hipertireoidismo, por exemplo, pode desencadear uma condição chamada eflúvio telógeno. Nessa condição, uma quantidade maior de folículos capilares entra prematuramente na fase de repouso (telógena), o que leva a uma queda acentuada de cabelo.

É possível diminuir os efeitos da poluição na queda de cabelo?

Embora a exposição à poluição seja praticamente inevitável em ambientes urbanos, há medidas que ao serem adotadas ajudam a diminuir os efeitos na queda de cabelo.

A higiene capilar adequada é fundamental para remover partículas de poluição e evitar o acúmulo de substâncias nocivas nos folículos. Recomenda-se o uso de  produtos adequados ao tipo de cabelo para não causar alergias e efeitos contrários. Utilizar produtos capilares feitos para combater os efeitos da poluição contribuem para a saúde do cabelo. 

Os shampoos e condicionadores antioxidantes geralmente possuem ingredientes como vitaminas C e E, selênio, polifenóis e outros compostos antioxidantes. Essas substâncias neutralizam os radicais livres, impedindo que causem danos às células do cabelo. Além disso, um cabelo hidratado é fundamental para sua saúde geral. Óleos naturais, manteigas ou ácido hialurônico ajudam a manter a umidade nos fios. Alguns produtos são formulados com vitaminas e nutrientes essenciais para a saúde capilar, como biotina, pantenol (pró-vitamina B5) e queratina. Esses ingredientes ajudam a fortalecer o cabelo, melhorar sua elasticidade e promover um aspecto saudável.

Produtos capilares que possuem em suas composições filtros solares ou ingredientes que protegem o cabelo dos danos causados pelos raios ultravioleta (UV) do sol contribuem para a diminuição do estresse oxidativo.

E, por fim, alimentos ricos em antioxidantes na dieta, como frutas, vegetais e alimentos ricos em ômega-3, são muito importantes, pois ajudam a neutralizar os radicais livres gerados pela poluição. 

Evitar a exposição excessiva sempre que possível também é uma estratégia preventiva. Em casos de queda de cabelo significativa, consulte um dermatologista ou especialista em saúde capilar para identificar a causa subjacente e buscar o tratamento adequado.

Conclusão

Reduzir a emissão de poluentes e melhorar a qualidade do ar são medidas que devem ser tomadas urgentemente. A exposição a poluentes atmosféricos desencadea problemas para a saúde capilar, como o estresse oxidativo, inflamação, mas pode causar efeitos ainda mais prejudiciais para o sistema respiratório e circulatório. É de extrema importância a conscientização e a adoção de estratégias para minimizar a exposição a esses poluentes. 

 

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