A calvície é uma doença que afeta não apenas os homens. A calvície nas mulheres, também chamada de alopecia androgenética feminina, é um tipo de alopecia que provoca o afinamento e diminuição do tamanho e espessura dos fios. Esse afinamento progressivo do cabelo deixa o couro cabeludo visível na área do topo da cabeça, o que impacta na aparência e autoestima da mulher.
A calvície feminina tem causa genética, através de uma interferência hormonal na função da dihidrotestosterona, das enzimas 5-alfa-redutases e da aromatase. Geralmente ocorre de forma lenta e gradativa e não apenas em mulheres mais velhas, podendo iniciar-se desde a adolescência. Continue na leitura desse texto e entenda como a alopecia androgenética atinge inclusive mulheres jovens.
Calvície feminina em jovens
Em geral metade das mulheres após os 50 anos tende a sofrer com a alopecia androgenética, mas o problema também atinge as adolescentes e jovens com predisposição genética para a calvície. No Brasil, cerca de 5% das mulheres são afetadas pela calvície feminina, que costuma surgir sempre da mesma forma, como falhas no couro cabeludo que aumentam progressivamente.
As causas para essa queda de cabelo precocemente estão ligadas a patologias como a síndrome do ovário policístico, que além da calvície ocasiona acne, hirsutismo e outros sintomas.
Ocorre uma alteração no ciclo dos fios, deixando-os mais finos, com menor densidade e tamanho. A região onde predomina a calvície no couro cabeludo é a região do topo, conhecida como “coroa da rainha”, sendo que às vezes podes surgir um pouco da região posterior da cabeça. Normalmente, a linha de implantação dos cabelos na área da testa permanece inalterada.
Como é realizado o diagnóstico da calvície feminina?
Para o diagnóstico dessa patologia, além do histórico familiar de calvície, podem ajudar as seguintes avaliações:
- Anamnese detalhada feita por um dermatologista com especialização em tricologia;
- Exame clínico dermatológico;
- Tricoscopia (dermatoscopia do couro cabeludo);
- Tricograma;
- Teste de tração (pull test);
- Biópsia do couro cabeludo.
A alopecia androgenética deve ser diferenciada de outros tipos de alopecia difusa no couro cabeludo, dentre eles:
- Eflúvio telógeno;
- Alopecia frontal fibrosante;
- Alopecia fibrosante em padrão de distribuição;
- Alopecia areata difusa;
- Líquen plano pilar;
- Alopecia de tração.
O diagnóstico preciso é muito importante e requer grande atenção do dermatologista, pois pode existir mais de um tipo de alopecia na mesma paciente. Um exemplo de ocorrência simultânea é e alopecia androgenética feminina com o eflúvio telógeno.
Sintomas da calvície feminina
A alopecia androgenética nas mulheres pode ser percebida das seguintes maneiras:
Coroa
A queda capilar está concentrada no topo da cabeça (coroa). Essa perda de cabelo ocorre de forma homogênea e começa a ficar evidente quando a região se torna mais leve e o couro cabeludo pode ser visto.
Árvore de Natal
Começa no topo da cabeça e fica notável no caso de cortes de cabelo separados. A separação aparece mais evidenciada perto da testa, onde o couro cabeludo é mais visível, e continua, de mais para menos, até a coroa da cabeça. Simula a forma de uma árvore de Natal, cuja base é mais larga do que a coroa.
Queda de cabelo difusa
É caracterizada por uma alopecia heterogênea, vista de uma forma generalizada desde o começa e assim permanece em fases mais avançadas, sem regiões mais particularmente atingidas do que outras.
Nas mulheres jovens pode aparecer entre os 20 e 30 anos de idade, e se não for parado o mais cedo possível, aumentará com o passar do tempo.
As mulheres jovens entre 20 e 30 anos de idade são as que possuem maior chance de desenvolver a calvície, e se não for tratada o mais cedo possível o quadro aumenta no decorrer do tempo. Não necessariamente todas as mulheres que têm alopecia androgenética irão atingir a etapa mais avançada da doença, mas começar o tratamento o quanto antes ajudará a evitar a progressão, principalmente se o diagnóstico for em uma fase precoce.
Tratamento para a alopecia androgenética na mulher
No caso de suspeita de calvície, a mulher deve procurar um médico dermatologista, com especialização em tricologia, para um diagnóstico preciso e a indicação do melhor tratamento para o caso. Qualquer procedimento químico que cause agressão ao couro cabeludo e aos fios, como tinturas e alisamentos, deve ser evitado durante o tratamento contra a alopecia androgenética.
Apesar de ser um tipo de alopecia progressiva, se iniciado o tratamento o quanto antes o resultado pode ser bem eficaz. A doença pode ser tratada com medicamento oral ou tópico, aplicado no couro cabeludo. Se houver inflamação na região da calvície ou uma dermatite seborréica, pode ser prescrito o uso de medicamentos anti-inflamatórios tópicos.
Algumas das medicações utilizadas são os antiandrógenos, que contêm substâncias neutralizadoras dos hormônios masculinos, minimizando a produção de testosterona; o Minoxidil, para ajudar na vascularização do couro cabeludo e crescimento dos cabelos e o acetato de ciproterona, usado para neutralizar os efeitos dos andrógenos. Quando utilizada em associação ao estradiol, atua como um anticoncepcional.
Outra forma de tratamento é com luzes de baixa intensidade, um procedimento não invasivo para estimular os folículos capilares. A luz de baixa intensidade irradia fótons para os tecidos do couro cabeludo, que são absorvidos pelas células fracas e atuam nas moléculas epidérmicas, células responsáveis pela regeneração e reparo dos órgãos do corpo.
A intradermoterapia capilar, conhecida também como mesoterapia, é outra técnica para tratar a calvície feminina. Consiste na aplicação com o uso de microagulhas de vitaminas e medicamentos direto no couro cabeludo para neutralização do di-hidrotestosterona. O resultado é o controle ou interrupção da queda do cabelo, além de promover nutrição e crescimento de novos fios.