Nossa autoestima e confiança estão muitas vezes relacionadas aos cabelos. E essa questão fica ainda mais intensa na fase da adolescência, principalmente se ocorrer uma queda capilar excessiva, a chamada alopecia juvenil. A perda precoce dos fios pode afetar de maneira grave o psicológico de quem passa por esse problema.
Normalmente e o natural é a queda de cabelo acontecer com o decorrer da idade, surgindo a partir dos 35 anos. Entretanto, segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), de um total de 42 milhões de brasileiros que sofrem com a calvície, aproximadamente 25% são jovens entre 20 e 25 anos. Confira na leitura desse texto o que é a alopecia juvenil e como a doença pode ser tratada.
O que é a alopecia em jovens?
A alopecia juvenil é um termo utilizado para designar as doenças capilares que surgem de forma precoce na adolescência ou início da vida adulta. Esse problema é decorrente de alguns fatores, uma vez que é um período da vida onde ocorre transição hormonal e emocional. Normalmente possui uma causa genética (alopecia androgenética), mas também pode ter origem autoimune (alopecia areata), reacional (eflúvio telógeno), dentre outras a seguir.
Possíveis causas da alopecia precoce
Doenças
Algumas doenças como ovário policístico e disfunção da tireoide causam um desequilíbrio hormonal que leva à queda dos cabelos. As chamadas doenças sistêmicas como o lúpus também podem provocar a perda dos fios.
Além disso, a carência de vitaminas e sais minerais deixam o cabelo mais seco, frágil e fino, enquanto as doenças não diagnosticadas e alterações hormonais aceleram a queda capilar, o que gera consequências negativas para uma pessoa em fase de crescimento.
Medicação
O uso de anabolizantes e medicamentos para acne, anticoncepcionais, emagrecimento e depressão, muito comuns na fase da adolescência e juventude, podem causar a queda capilar excessiva. Isso porque alguns remédios provocam alterações hormonais ou atuam diretamente no sistema nervoso central, tendo como efeito colateral a queda dos fios. Assim, é essencial buscar uma orientação médica antes de utilizar qualquer medicamento e quando for suspender o uso.
Alimentação inadequada
Sabemos que é comum o adolescente não se preocupar com uma boa alimentação, comendo tanto coisas saudáveis quanto as não saudáveis. A alimentação inadequada é uma das causas da alopecia juvenil em razão da falta de nutrientes que ajudam no crescimento do cabelo.
Proteínas, vitaminas, cobre, ferro e zinco, são alguns nutrientes que devem fazer parte da alimentação do adolescente para equilibrar melhor o organismo e deixar os fios mais fortes e resistentes.
Excesso de produtos químicos e altas temperaturas
O excesso de química no cabelo como tinturas, alisamentos, além do uso do secador, chapinhas e penteados que repuxam intensamente os fios como tranças e rabo de cavalo, também podem causar a queda de cabelo na adolescência.
Estresse
Depois da alopecia androgenética, o estresse é sem dúvida um dos motivadores da queda capilar em qualquer idade. Todavia, nas fases da adolescência e juventude as situações desencadeadoras de problemas emocionais se fazem mais presentes. Cobranças sociais como escolha profissional, sexualidade, dinheiro e a saída da casa dos pais provocam o estresse e liberam elevadas taxas de cortisol no corpo, que causam vários desequilíbrios na saúde sendo a perda dos fios um deles.
Quais os sintomas?
Uma vez que a alopecia pode ter origens distintas como vimos acima, os sinais da doença variam conforme a causa. Se a motivação for genética, a alopecia juvenil começa a se manifestar com o afinamento difuso dos fios e com a rarefação do topo da cabeça nas meninas e das entradas nos meninos.
Se a causa for autoimune, manifesta-se geralmente como falhas em formato de áreas circulares completamente sem cabelo. No caso de origem reacional, o sintoma é um aumento brusco e considerável de fios sofrendo queda e por consequência perda de volume capilar.
Como é feito o tratamento da alopecia em jovens?
Assim como os sintomas, o tratamento para a alopecia vai depender do que a motivou. Para a alopecia reacional, é possível controlar e tratar a doença de base para parar a queda do cabelo. Entretanto, para a genética ou autoimune não há cura definitiva, mas sim uma estabilização do problema e melhora do quadro clínico.
Se for a alopecia genética, é possível tratar com medicamentos que pausam a progressão da queda capilar e recuperam grande parte dos fios, como a finasterida, a bicalutamida e a dutasterida, além de estimulantes de crescimento como o minoxidil.
No caso da autoimune, o tratamento consiste no uso de anti-inflamatórios corticoides. Já para a alopecia reacional, é preciso inicialmente investigar as causas com exames e anamnese, como por exemplo se houve também uma perda de peso significativa ou se há disfunção na tireoide. Assim, é necessário tratar de forma integral todo o quadro constatado.
Demais formas de prevenção e tratamento
Apesar das causas diversas da alopecia juvenil, é possível evitar a progressão da doença e até o surgimento de alguns tipos através de hábitos de vida saudáveis. A queda capilar na adolescência pode ser decorrente de um desequilíbrio no organismo, um medicamento que esteja causando essa perda dos fios, além de má alimentação e estresse.
Uma dieta alimentar rica em proteínas, frutas e verduras, a prática de atividade física regular e um sono de boa qualidade são fundamentais. Além disso, é importante uma rotina com atividades que ajudam a controlar a ansiedade e o emocional como um todo, como a meditação e o yoga.