Sunday, September 8, 2024
NotíciaO que a testosterona tem a ver com a queda de cabelo?

O que a testosterona tem a ver com a queda de cabelo?

Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira do Cabelo, cerca de 42 milhões de brasileiros sofrem com o problema de calvície no país, sendo os homens a maioria dos atingidos. Dentre as causas da ocorrência da queda dos fios estão a hereditariedade, estresse, diabete, anemia e alterações na testosterona, hormônio masculino, também produzido por mulheres, porém em menor quantidade.

A testosterona se liga a um receptor, uma proteína, localizada na membrana da célula do pelo. Quando o hormônio interage com esse receptor ele é convertido em outra substância chamada di-hidrotestosterona (DHT), que provoca o processo de miniaturização do pelo.

A calvície pode começar precocemente, na puberdade, quando inicia o estímulo hormonal nos indivíduos e faz com que os fios nasçam sempre mais finos a cada novo ciclo de crescimento do cabelo. 

No caso da alopecia feminina pode ocorrer por algum desequilíbrio de hormônios, como na síndrome do ovário policístico em que os níveis de testosterona aumentam no organismo. Mas a perda dos fios nas mulheres com predisposição à calvície começa a se manifestar na maioria próximo da menopausa, quando a produção de hormônios femininos cai e a testosterona atua mais intensamente.

Confira nesse artigo qual a relação entre a testosterona e a perda capilar e se existe tratamento indicado.

Influência da testosterona na queda dos fios

Como já explicado, a testosterona é transformada em DHT (dihidrotestosterona), um derivativo que se interliga aos folículos capilares do couro cabeludo e reduz a capacidade de produção dos cabelos. Ao receberem mais dihidrotestosterona, os fios começam a enfraquecer e perder volume. Além de afinar o fio, o DHT ainda causa uma atrofia nos bulbos capilares, que começam a crescer de forma lenta até parar de nascer, o que provoca altos níveis de alopecia. 

Não é a quantidade de DHT que influencia na calvície, mas a interação desse metabólito ativo da testosterona com os receptores de andrógenos localizados nos folículos pilosos. A pessoa pode até possuir muita DHT no organismo, mas se não tiver uma grande quantidade de receptores no couro cabeludo as chances de se tornar calva são reduzidas.

Casos avançados de calvície em jovens estão se tornando comuns em razão de tratamentos com reposição de hormônio para finalidade estética, como a modulação hormonal com testosterona. Quem tem predisposição à alopecia androgenética e utiliza o hormônio masculino para ficar forte ou para emagrecer, por exemplo, pode piorar ainda mais e rapidamente a queda capilar.

A testosterona não é o único hormônio que desregulado pode causar queda de cabelo. O estrogênio e o hormônio tireoidiano, quando entram em desequilíbrio, também podem provocar o quadro de calvície. A falta desses hormônios pode impactar tanto na perda dos fios como na textura dos mesmos.

Tratamento para queda de cabelo

É normal perdermos até 100 fios de cabelo diariamente, sendo parte da renovação capilar. Apesar de ser muito improvável essa contagem, podemos observar algo errado com a quantidade de cabelo caindo ao lavar o cabelo, na hora de pentear e no travesseiro em que deitamos. 

Ao perceber uma queda acentuada dos fios, é fundamental procurar ajuda médica para um diagnóstico, podendo ser calvície ou perda capilar por outros motivos. A depender do grau, existem alguns tratamentos de regulagem hormonal para que os cabelos voltem a crescer. Já para a calvície em nível avançado, é importante esclarecer que não existe um tratamento para reverter o problema, sendo o transplante capilar a única solução definitiva.

Quanto à queda de cabelo influenciada pela testosterona, o tratamento recomendado é uma combinação de medicamentos, sendo um deles para atuar sobre o hormônio masculino e evitar que se converta na di-hidrotestosterona pela ação da enzima 5-alfarredutase. A DHT entra em contato com folículos pilosos que têm o código genético para a calvície, interfere na chegada dos nutrientes e enfraquece a produção dos fios.

 Dentre os remédios mais indicados para tratamento estão o minoxidil, a finasterida e a dutasterida, esses dois últimos inibidores da 5-alfarredutase, de forma a diminuir a produção dessa enzima que transmuta a testosterona em DHT.

O minoxidil atua como um vasodilatador que abre mais o calibre dos vasos sanguíneos, de forma que o sangue circule com mais intensidade assim os folículos capilares recebam de volta os nutrientes para crescerem com maior força. 

A finasterida age inibindo a enzima do tipo II, dura de seis a oito horas no organismo e diminui o nível de DHT em 70% na dose de 5mg/dia. Caso o indivíduo interrompa o tratamento com os comprimidos, os níveis de DHT voltam a subir após 14 dias, e depois de um ano resulta no retrocesso ao grau de calvície anterior ao começo do tratamento. A finasterida é mais indicada para os homens por ser uma droga teratogênica, ou seja, que altera a formação do feto na gravidez. É recomendada para mulheres somente na menopausa, se laqueadas ou que não tenham mais o útero.

A dutasterida inibe a enzima dos tipos I e II, tem duração de quatro semanas no organismo e reduz o nível de DHT em mais de 90% na dose de 0,5mg/dia. Portanto, é três vezes mais potente para inibir a enzima tipo I e 100 vezes mais para o tipo II, o que faz com que seja indicado o tratamento com associação de minoxidil e finasterida/dutasterida.

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